
Estudo Bíblico Reformado Angola
Olá, chamo-me Alice Costa,
Venho de uma família evangélica ICAA, isto é, IGREJA CRISTÃ DE ALIANÇA EM ANGOLA.
Pertencendo assim a comunidade evangélica Aliança Cristã em Cabinda. Toda minha família paterna faz parte desta congregação, e a materna, na sua maioria são da igreja Católica.
Desde pequena, a minha mãe se preocupava em me levar sempre à igreja, dizia que era muito importante. E eu, sendo pequena, gostava muito de ir à igreja, gostava muito de ouvir a história de Jesus.
Com os meus 7 anos, acho eu, comecei a cantar no grupo coral, participava sempre em todas actividades da igreja. A minha mãe levava todos nós a igreja, porém, quando crescemos, somente eu, segundo a vontade de Deus continuei indo à igreja, mas eu não sabia porque que ia à igreja.
Eu ia a igreja quando quisesse, ia porque estava habituada, e também porque gostava de cantar,e cantava sem nenhum entendimento. Louvava a um Deus desconhecido.
Eu procurava sempre fazer o que me fazia bem, o que me kuiava (agradava) e achava divertido. Portanto, tudo virava em torno do meu Eu.

Eu pensava que era cristã, eu me considerava cristã, isto porque ia à igreja, fazia parte do grupo coral, era solista, e porque me vestia “decentemente”. Eu me considerava muito diferente das outras mulheres, procurava fazer as coisas cuidadosamente, e muito bem calculadas. Na verdade não passava de uma tola, totalmente depravada, obscurecida pelo pecado, mas como está escrito:
pelos frutos os conhecereis “Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus.’’ (Mateus 7:16,17).
Pois é, o que eu era na verdade estava sendo exposto a olho nu. Isto começou com os meus 15 anos. As minhas amizades, na sua maioria, eram todas mundanas, inclusive as amizades que eu tinha dentro da igreja, as nossas conversas na sua maioria eram somente fofocas, assuntos sobre homens, palavras torpes…
Mas o Senhor segundo a Sua fidelidade já me exortava a respeito disso, porém eu simplesmente ignorava. Eu gostava muito das minhas amizades, quando eu precisasse de ajuda elas estavam ai, portanto desde que elas/eles não estivessem a matar e fossem educados, então para mim estava tudo bem. Para mim pecado era ofender, fazer sexo antes do casamento, vestir-se mal, matar, roubar, por ai fora.
E com os meus 20 anos, eu dizia que devo ser baptizada para ser definitivamente de Cristo e parar de pecar. Eu na altura estava numa relação à distância, e com medo de o perder, visto que gostava muito dele, quando nos vimos simplesmente chamei o outro abismo, forniquei.
Eu sabia que era pecado, porém, na minha tolice e obscuridade dizia: “bem como ainda não sou baptizada então posso pecar”, pensado eu que o baptismo purificava de todo pecado.
Somente o sangue de Jesus nos purifica de todo pecado.
‘’Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.’’ (1 João 1:7).
E sendo ainda calculista e planista, e sempre cuidadosa na minha obscuridade, já planeava o meu baptismo. Eu dizia “antes de viajar para Roménia devo ser baptizada”, para estar definitivamente ligada a Cristo e não pecar mais. E lá fazia os meus planos e dizia “tudo está sob controlo”. Eu falava frequentemente assim: “amanha irei lá, acolá, farei isso, aquilo”; porém tudo isso fazia sem nenhum conhecimento sobre a SOBERANIA DE DEUS.
Eu agia como se não existisse o Deus, o LEGISLADOR, no meio desses planos todos. Eu não sabia que somente o conselho do Senhor permanecerá;
“ Muitos propósitos há no coração do homem, porém o conselho do Senhor permanecerá”. (Prov 19:21).
E lá fui baptizada. Pensava que, sendo baptizada, haveria de reavivar a minha relação com Cristo e que os meus pecados já tinham sido purificados. E lá saí das águas feliz, emocionada, e continuei a minha caminhada e fui para Roménia.
Na Roménia começou a minha verdadeira jornada, em vez das coisas darem certo, o engraçado é que só pioravam. Tive que terminar a relação que tinha, porque as coisas já não estavam a dar certo. Deixei-me influenciar novamente pelas amizades, deixei-me levar pela concupiscência da minha carne, a soberba da vida, a concupiscência dos olhos; cabulava normalmente e ajudava os meus colegas. Mas está escrito:
“Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.” (Provérbios 14.12)
Tornei-me altamente a hipócrita das hipócritas.
Durante a semana fazia e desfazia. No domingo lá estava eu, toda santinha, com a cara mais lavada. E quando saísse da igreja, voltava à minha rotina. Frequentava festas normalmente. E muitas das vezes só me guardava aos sábados, porque no domingo haveria de ir à igreja, e haveria de ceiar.
E como eu sabia que um dia haveria de precisar de Deus, lá dizia “hoje vou-me dedicar mais à palavra não vou mais à festa”, e tentava fazer as coisas com as minhas próprias forças, orava e meditava erradamente, não durava muito e voltava às condições antigas, o que na verdade gostava e me fazia bem.
Por incrível que pareça, é que, mesmo sendo infiel a Deus, Ele permanecia fiel, pois Ele é fiel, mesmo extinguindo o Seu Espírito, Ele me abençoava me protegia e virava as circunstâncias para me levar até Ele.
Até que num belo dia, depois da festa, fui para casa, e ouvi uma pregação do Pastor Paulo Júnior, que falava sobre A IMORALIDADE SEXUAL E A SANTIDADE. Aí mesmo toda máscara caiu, o Senhor começou a mostrar o meu estado carnal, altamente depravada, cheia de trapos da imundície, foi doloroso, posso dizer que fui verdadeiramente açoitada por Ele.
Só sei que chorei amargamente, de repente tudo que tinha feito, absolutamente tudo, contra o Senhor, estava à amostra, e clamava com essas palavras:
Tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa bondade. E conforme a imensidade de vossa misericórdia, apagai a minha iniquidade. Lavai-me totalmente de minha falta, e purificai-me de meu pecado. Eu reconheço a minha iniquidade, diante de mim está sempre o meu pecado. Só contra vós pequei, o que é mau fiz diante de vós. Vossa sentença assim se manifesta justa, e reto o vosso julgamento. Esconde o teu rosto dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniquidades. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito estável. Não me lances fora da tua presença, e não retire de mim o teu santo Espírito. (Salmos 51:1-11.)
O Senhor segundo a Sua fidelidade compadeceu-se de mim, açoitando-me, disciplinando-me, mostrando-me quão monstruosa, hipócrita eu era, quão depravada e quão miserável sou.
O Senhor segundo a Sua soberana vontade, e benignidade não me lançou fora da Sua presença, não retirou de mim o Seu Santo Espírito.
Só sei que tudo que eu achava normal e gostava de fazer e assistir, todas essas coisas comecei a repudiar, deixei de ir às festas, afastei-me das amizades que me corrompiam, simplesmente tornei-me tão sensível ao pecado.
E assim o Senhor começou a me guiar no Seu caminho.
Com sede e vontade de O conhecer, o Senhor segundo a Sua providencia, fez com que eu me aproximasse mais das amadas Regina e Silvania, as quais eu já conhecia, através da menina que mora comigo, porém não falávamos. Mas como o Senhor tinha começado a boa obra em mim, e como tudo acontece no Seu tempo guiou-me até elas, e mais tarde a Regina adicionou-me no grupo das Mulheres, um dos grupos que me tem ajudado muito nessa caminhada.
Num belo dia, pela graça de Deus, durante o estudo, o Senhor levou-me a escrever algo que tinha haver com livre-arbítrio, pois eu acreditava nessa doutrina, porém uma das amadas repreendeu-me com isso, dizendo que não existe livre arbítrio para com Deus, e aí ela perguntou-me: “foi você que escolheu servir a Deus ou foi Ele que te escolheu?” E respondi com um tom baixo, “foi Ele”. E perguntou-me mais, “quem endureceu o coração do Faraó?” E respondi que tinha sido o próprio Deus. Então disse ela, “não existe livre arbítrio, isso é um ensinamento falso”. Porém eu não quis acreditar, estava a tentar resistir a verdade.
Então investiguei,perguntei nos meus tios e eles respondiam o que eu acreditava,mas mesmo assim eu não estava quieta,depois disso orei pedi que Ele mesmo me revelasse a verdade no tempo dEle e que já não haveria de investigar mais, porque quanto mais eu tentava investigar, ficava sem compreender, e no final deixei tudo nas mãos de Deus.
Depois de 1 mês tentando entender, o Senhor se compadeceu por mim e guiou-me para um site, que nem sei como lá cheguei, e encontrei um sermão de JONATHAN EDWARDS e esse sermão falava da Salvação e livre-arbítrio, e então os meus olhos se abriram, e entendi que estava redondamente enganada. No mesmo dia o Senhor me guiou para outro sermão, que falava da conversão, só sei que chorei tanto e pedi perdão à Deus por ter duvidado, e somente agradecia a Deus por me ter liberto dessa falsa doutrina, e por me ter revelado a verdade, porque pela primeira vez pude entender o que é a GRAÇA SALVADORA, pude entender o que é ser salvo pela graça:
“Porquanto, pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus;não vem por intermédio das obras, a fim de que ninguém venha a se orgulhar por esse motivo.” (Efésios 2:8-9)
E somente assim comecei a entender verdadeiramente a mensagem da cruz.
Depois disso, pela graça de Deus, conheci alguém que eu chamo de papusco, que me tem ajudado muito nesta caminhada. Ele deu-me alguns livros para ler, tais como: A SOBERANIA DE DEUSOS, ATRIBUTOS DE DEUS de A.W. PINK, e um artigo intitulado A DEFINIÇÃO DA DOUTRINA. Foi mesmo nesses livros, por meio da PALAVRA onde comecei a conhecer verdadeiramente quem Deus é, o Deus tremendo, que eu não conhecia, e nem temia.
Depois, o meu pai da fé colocou-me num grupo, onde fui exortada, pela primeira vez, sobre cabulas e ajudar os colegas durante a prova. Só sei que aquela exortação foi tão profunda que eu novamente senti que o Senhor me estava açoitando. E na altura eu estava em provas, tinha uma cadeira que tinha que eliminar obrigatoriamente, se eu não eliminasse aquela cadeira não haveria de passar de ano.
As coisas começaram a ficar sérias e apertadas demais, o pior é que não conseguia me ver mais a cabular, ou mesmo a fazer tal acto vergonhoso, pecando assim contra Deus. Lembro-me que passei todo dia chorando, e no final Ele mesmo me consolou e firmou os meus pés nEle e conformou-me a Ele.
E essas eram as minhas palavras: “se o Senhor quiser, livra-me dessa cadeira, e se é para repetir o ano que assim seja, pois não vou cabular, não vou transgredir a Sua lei, vou estudar até onde puder, porém, Pai só conseguirei estudar se o Senhor me ajudar”. E pela graça de Deus consegui estudar.
Na minha faculdade dão-nos 3 oportunidades para passar na cadeira. Tentei a primeira vez e não consegui, tentei a segunda vez, também não consegui, porém voltava sempre em casa alegre.
E fui tentar pela última vez, e desta vez o Senhor livrou-me dessa cadeira segundo a Sua Soberana vontade.
Oh quão grande é o nosso Deus!!!
Hoje, pela graça de Deus, louvo a Ele com conhecimento, pois, por vezes quando me lembro de alguns hinos do hinário, que cantava sem entendimento, e quando medito nas letras do mesmo, vejo que realmente eu estava cega, totalmente obscurecida pelo pecado.
Agora, esses hinos me levam a contemplar a maravilhosa Graça de Deus. Têm-me ensinado a Lhe servir com temor e me regozijar em tremor. O Senhor, Segundo a Sua graça, tem-me levado a contemplar a Sua cruz, me moldando à Sua imagem, e me levando a depender unicamente dEle.
Agora sei, pela graça de Deus, porque que O sirvo, e porque que fui criada, sim fui criada unicamente para glória dEle, para Lhe servir
Cá na Roménia frequento a igreja Baptista, onde tenho aprendido muito com os irmãos que o Senhor providenciou, segundo a Sua benignidade.
Pela graça de Deus tenho conhecido o único Ser totalmente livre, que pode fazer o que bem quiser, o que a Sua alma quiser assim fará.
“Mas, se ele resolveu alguma coisa, quem então o desviará? O que a sua alma quiser, isso fará”. (Jó 23:13).
Portanto tem sido uma nova vida para mim e uma nova caminhada, mesmo muitas vezes tropeçando, chorando porque o que faço não aprovo.
“Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço”. (Rom 7:15).
Creio naquele que começou essa boa obra em mim… Que há de firmar os meu pés até ao fim.
" Aquele que começou a boa obra em nossas vidas é fiel e justo para completá-la”Filipenses 1:6
Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus sábio, seja honra e glória para todo o sempre. Amém. 1 Timóteo 1:17
Alice Costa